5 de agosto de 2010

Todos nós, trabalhadores e usuários do transporte público, sabemos o quanto é chato adentrar em um trem e ter que lutar por espaço devido a grande lotação observada, principalmente, em momentos de pico. Essa situação de desconforto acaba gerando muitos conflitos entre empresa/usuários, funcionários/usuários, empresa/funcionários... E isso, na maior parte das vezes, só acontece por causa do comportamento desregrado por parte de algumas pessoas que utilizam os serviços de transporte público.

Infelizmente existem muitos usuários que costumam pegar o metrô e, também o ônibus, como se pega um caminhão cargueiro. O limite no volume do que cada indivíduo carrega no transporte público, seja qual for o modal, é algo muito importante para a mobilidade do cidadão. Por exemplo, quatro malas médias de viagem tiram o lugar de três pessoas adultas, segundo dados do Inmetro. Sentar e esticar as pernas no chão é outro comportamento ruim, pois tira a liberdade de locomoção de outras pessoas ou diminui o espaço para que mais pessoas possam ficar de pé naquele lugar.

De olho nessas questões, o metrô de São Paulo está fazendo uma campanha de esclarecimento junto aos usuários de que os trens são destinados ao transporte de passageiros e não de carga. A insatisfação com a mochila do vizinho ficou clara em uma pesquisa realizada entre os usuários do metrô paulistano. 74% dos passageiros acham que ela é o que mais incomoda.

Também existe a preocupação com a forma correta de levar mochilas e bolsas que, segundo especialistas, devem ser carregadas na parte frontal do corpo. Isso evita assaltos e possibilita que a pessoa possa tirar o objeto do caminho dos outros.
Ainda de acordo com a pesquisa, 65% dos passageiros reclamam de quem não respeita os assentos preferenciais. Já 62% se queixam do empurra-empurra na hora de entrar e sair dos vagões. Segundo o metrô, seis pessoas podem ocupar o espaço de um metro quadrado dentro dos vagões. Porém, na prática essa equação inexiste, tendo em vista que há muito mais pessoas do que metrôs de veículos. Ocorre disso à famosa “lata de sardinha”.

Algumas pessoas não têm noção do tamanho da bagagem. Em alguns casos, a mochila ocupa o lugar de uma criança. Como forma de demonstrar indignação, algumas pessoas passam esbarrando e chegam até a reclamar.

Segundo funcionários operacionais do metrô paulista, há um limite de bagagem que pode ser transportada e os seguranças podem barrar o passageiro que exagerou na quantidade de malas.

Opinião final

Sem sombra de dúvidas essa questão é interessante para se por em mesa aqui no sistema metroviário gaúcho. Quem usa os serviços da Trensurb está acostumado a ver pessoas com carrinhos de compras cheios, com caixa de isopor grande, com malas grandes e tudo isso é muito ruim para o “ir e vir” dos usuários. Normatizar um limite de bagagem ou aumentar “locais de carga” nos vagões é interessante. E isso se faz ainda mais necessário depois da expansão até Novo Hamburgo e o incremento de milhares de novos usuários.

Toda pesquisa deve conter diversos itens de avaliação, assim como os dados negativos também devem ser publicados. Ao contrário da percepção da Trensurb, pesquisa de satisfação não deve ser encarada única e exclusivamente como publicidade.

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