4 de novembro de 2010

Aumenta a via, cresce o número de usuários, mas trem e funcionários que é bom... nada!

Que a extensão dos serviços do metrô até o município de Novo Hamburgo é uma ótima notícia, isso ninguém questiona. Mas de nada adianta aumentar a linha e, também, consideralvelmente o número de usuários (em torno de 30 mil imediatamente e 60 mil com o aumento de residências e empresas ao redor da linha), se a Trensurb não tem condições de elevar a sua capacidade de transportar.

A mídia divulga e a comunidade acredita fielmente que, só pelo fato de expandir a via permanente, a empresa estará apta a manter um serviço de qualidade. Não! Absolutamente não! Para que o metrô possa ter mantida as caracteristicas da rapidez e agilidade é importante ficarmos atentos a questões básicas: “como é que vamos manter os itinerários e como vamos dar conforto a um incremento de mais 30 mil usuários/dia com a frota que temos atualmente?”. Apesar de uma boa manutenção, nossos trens já não são mais capazes de manter o mesmo desemprenho de outrora. Problemas mecânicos são cada vez mais comuns e, com isso, se reduz o número de composições aptas ao tráfego.

A superlotação já não é algo mais próprio dos horários de pico. A população está cada vez maior e os serviços do metrô tem de ser planejados de forma séria e competente. Como é que se faz uma obra de expansão sem, ao menos, comprar trens novos? Sabemos que o ideal é renovar todos os veículos, mas em se tratando de Brasil e por uma questão lógica, quando a obra de expansão foi liberada, deveria estar previsto também a aquisição de novos trens. Senão para renovar toda a frota, pelo menos a compra de alguns trens para a manutenção dos serviços.

Há pouco tempo houve concurso público para o provimento de cargos em diversas áreas profissionais. Na operação, foram chamados novos seguranças e pessoal para trabalhar nas demais rotinas de estações. Mas esses novos metroviários vieram fechar buracos na defasagem do atual quadro de funcionários. Será feito novo concurso para atender a demanda das novas estações de Novo Hamburgo ou vão deixar as estações ainda mais carentes de profissionais?

Logo abaixo há duas declarações de Marco Arildo. Em março desse ano ele diz que a Trensurb precisaria de mais trens para manter o mesmo intervalo entre os trens de hoje. Na última quarta-feira (27/10), o jornal Correio do Povo publicou palavra de Arildo cogitando estudos para manter os itinerários com a atual frota. A contradição do presidente da empresa mostra como é feito o planejamento da Trensurb, onde o metroviário que se vire para fazer o que dá na operação (com excesso de trabalho, com poucas folgas, com falta de materiais e ferramentas de trabalho...) e o usuário iludido com uma obra que trará, na verdade, uma “extensão de atrasos, super lotação...”.



Em 02/03/2010

“COM A ENTRADA EM FUNCIONAMENTO DE DUAS NOVAS ESTAÇÕES, VAMOS PRECISAR DE MAIS TRENS PARA MANTER O MESMO INTERVALO ENTRE ELES, EVITANDO QUE AS PESSOAS FIQUEM MAIS TEMPO NAS ESTAÇÕES".

Marco Arildo Cunha em entrevista para o site http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=106206 (Jornal Correio do Povo On-line em 02/03/2010).


Em 27/10/2010

“AINDA ESTAMOS AVALIANDO QUAL A MELHOR FORMA DE FAZERMOS OS ITINERÁRIOS COM OS TRENS QUE TEMOS ATUALMENTE”.

Marco Arildo Cunha em entrevista para o “Caderno Cidades” (Jornal Correio do Povo do dia 27/10/2010). Na oportunidade da viagem experimental até NH.

MAS QUE CONTRADIÇÃO É ESSA?!

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