12 de outubro de 2009

Carta Aberta

Carta Aberta do Sindimetrô RS publicada no dia 10 de junho de 2009

A LUTA DOS METROVIÁRIOS É PELA MANUTENÇÃO DE DIREITOS

Ao contrário do que vem sendo amplamente divulgado, a greve dos metroviários gaúchos não se limita apenas a uma questão de aumento salarial. A paralisação, na verdade, é uma grande luta em defesa dos direitos dos trabalhadores. O índice de 12,15% pretendido pela categoria, nada mais é do que o direito de repor perdas salariais. Não estamos falando em aumento de salários, mas sim na reposição das perdas financeiras que acontecem, entre tantos motivos, pela defasagem imposta por índices inflacionários, o aumento de impostos etc. O quadro de perdas salariais dos metroviários é ainda mais crítico, porque o último acordo coletivo teve vigência de dois anos. Com isso, as perdas podem ser multiplicadas por dois.

Segundo os cálculos do Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul (Sindimetrô/RS), o índice de 12,15% por um ano é o mais indicado para repor dois anos de perdas. A Trensurb, por sua vez, propõe 10,50% de reposição, desde que o Acordo Coletivo tenha vigência por um período de dois anos; o que é inaceitável para a categoria, já que isso não repõe as perdas e, ainda por cima, impõe aos trabalhadores mais dois anos enfrentando uma forte redução salarial.


Além das questões que envolvem a reposição de perdas salariais, também há o fato da administração da Trensurb de promover a divisão da categoria em “antigos e novos funcionários”. Através da chamada “resolução número nove”, “antigos funcionários” recebem benefícios superiores aos “novos”. Um exemplo disso é o adicional noturno: os funcionários que entraram na empresa antes do ano de 1997 recebem as horas trabalhadas à noite majoradas com 50%, enquanto os que entraram após esse período ganham apenas 20%. Todos fazendo o mesmo trabalho.

Entre os diversos itens que trata a resolução número nove, o Sindimetrô não acha justo que trabalhadores que possuem as mesmas atribuições e que atuem nos mesmos horários possuam ganhos diferentes. A Trensurb, contrariando o bom senso e o que é justo, propõe a manutenção da clausula número nove, promovendo uma divisão na categoria.

O Sindimetrô luta para que todos os metroviários sejam tratados de forma igual e tenham seus direitos preservados. Nossa greve não é baseada apenas em um índice, mas num esforço coletivo para combater ações que retiram os direitos dos trabalhadores.

Os metroviários são solidários para com os usuários que diariamente utilizam os serviços do metrô. Entendemos que uma paralisação traz muitos transtornos, mas estamos atuando conforme as determinações do Ministério Público do Trabalho que, através da lei de greve, orienta-nos a manter os serviços básicos do metrô.

Queremos encontrar na população uma parceria nessa luta. A grande maioria dos nossos usuários é composta por trabalhadores que também sofrem com a defasagem salarial e a forma tirana de atuação das suas chefias. Pedimos a compreensão de toda a comunidade atingida pela greve. Esperamos que a qualidade dos nossos serviços, externadas até mesmo pela administração da Trensurb com publicações mostrando índices superiores a 90% de satisfação dos usuários, em breve volte a estar completamente à disposição.

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