5 de maio de 2011

Estamos de luto!

O Sindimetrô está de luto pela morte do colega Álvaro Tomasetto (do Setor de Manutenção Elétrica - Semel), de 49 anos, morador de Canoas. Ele faleceu à 1h35min da madrugada de ontem, quando trabalhava numa falha técnica ocorrida na subestação da estação São Luiz.

O sindicato está aguardando os resultados da perícia técnica que indicarão quais foram às razões para a ocorrência desse acidente de trabalho. Somos solidários a família do metroviário falecido e colocamos toda a estrutura do sindicato a disposição.

QUESTÕES PONTUAIS

A política de terceirizações da Trensurb está acabando com alguns setores de manutenção. Os funcionários que “sobram” são realocados para outros setores; independente de sua qualificação profissional, quando deveria se contratar profissionais específicos para cada área. Tomasetto era funcionário concursado da Trensurb e sua formação de origem era a área mecânica, onde possuía larga experiência profissional. Através de concurso interno, ele foi realocado para a área elétrica. O sindicato está levantando dados para saber se a empresa ofereceu cursos de treinamento.

Ao profissional que lida com eletricidade, por exemplo, é necessário o curso de NR10, Normas Regulamentadoras relativas às práticas profissionais em eletricidade. Também há o curso de Espaço Confinado, onde se tem orientações de como trabalhar em ambientes fechados, como ocorre em subestações, fossos etc. Além disso, há também a necessidade de se investigar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); se foram e quais foram disponibilizados pela empresa ao funcionário vitimado.

Há de se frisar que havia um forte abalo emocional do profissional vitimado, pois o mesmo foi demitido em fevereiro e só não efetivou a demissão pela atuação do Sindimetrô. Mas a troca de escalas e a proximidade de aposentadoria, que na Trensurb é pressuposto de demissão. Da mesma forma, vários outros metroviários sofrem pressão por ameaças de demissões, troca de escalas, turnos, terceirizações, coações, falta de efetivo...

Existe uma série de fatores que estão contribuindo para que o metroviário sofra no seu posto de trabalho. Se a pressão das chefias é grande, a pressão dos usuários não é menor. E isso não é culpa dos metroviários, mas da má gestão da Trensurb. Os funcionários estão trabalhando sob muito estresse. Hoje o novo jargão das chefias é: “se vira nos 30”. A linha permanente, as estações e os trens estão sucateados; as escadas rolantes estão seguidamente paradas; a segurança é frágil; as estações assaltadas... E a Trensurb, com base no poderio econômico e político, diz que está tudo ótimo, que o metroviário chora de barriga cheia...

Infelizmente perdemos o Álvaro. Vamos esperar para ver o que a perícia vai dizer, mas é necessário entender que a qualquer momento outro colega poderá morrer. Seja com um tiro de um assaltante, seja com um ataque do coração fruto do medo e do estresse de, uma hora para outra, estar desempregado com as contas para pagar e a família para manter.

4 comentários:

R disse...

Que o colega Álvaro siga em paz seu caminho onde estiver. Força para a família.Ricardo, SEOPE.

Unknown disse...

"A política de terceirizações da Trensurb está acabando com alguns setores [...] Há de se frisar que havia um forte abalo emocional do profissional vitimado, pois o mesmo foi demitido em fevereiro e só não efetivou a demissão pela atuação do Sindimetrô. Mas a troca de escalas e a proximidade de aposentadoria, que na Trensurb é pressuposto de demissão. Da mesma forma, vários outros metroviários sofrem pressão por ameaças de demissões, troca de escalas, turnos, terceirizações, coações, falta de efetivo..." SindmetrôRS 05/05/2011

Porque tantas demissões sem reposição de pessoal?
Porque demitir os funcionários perto da aposentadoria?
Porque tantas trocas de escalas e turnos com redução salarial?
Porque tantas terceirizações dos setores?
Porque tantas coações aos trabalhores?
Porque reduzir o efetivo?

Essa estratégia já não foi utilizada para privatizar o metrô do Rio de Janeiro?
Estará a Trensurb no mesmo caminho?

Porque os superintendentes, gerentes, assessores estão em silêncio e concordando com as decisões da empresa?
Porque os gerentes que eram os mais contestadores da Trensurb estão como cordeiros?
Porque o vice-presidente do sindicato está agora com uma FG dentro da empresa?
Será que houve algumas promessas de cargos na empresa que será privatizada?
Tanta promessa. Será que elas serão todas cumpridas?

Essa estratégia já não foi utilizada para privatizar o metrô do Rio de Janeiro?
Estará a Trensurb no mesmo caminho?

Será que a morte de Álvaro Tomasetto é um alerta para que haja uma reação contra essa estratégia?
Álvaro morre e alguns vendem as suas almas por aqui.

Dossiê Metrô Rio de Janeiro: http://anadut.blogspot.com/2010/02/dossie-metro-rio.html

Unknown disse...

Noticia do Polibio Braga em 8 de nevembro de 2010.

"Se tudo ocorrer como quer a diretoria do Trensurb, o metrô de superfície da região metropolitana, todas as estações serão privatizadas até o meio do ano que vem.
. Todas virarão pequenos shoppings."
Será????

Unknown disse...

A estação Aeroporto e seus entornos será privatizada.
Notícia do Jornal do Comércio:
11 de maio de 2011.

"Vence a licitação a empresa com oferta da maior contrapartida para o Trensurb, que optou por atuar com recebimento de um valor fixo mensal pela concessão do espaço, ao invés de ter participação percentual no faturamento do futuro shopping. O investimento será 100% privado, sendo de responsabilidade do Trensurb somente a concessão do espaço, de 79 mil metros quadrados. "Não é uma privatização, e sim uma concessão", destaca Maurênio Stortti, proprietário da M. Stortti. "O ativo continua sendo do Trensurb", reforça.
A estação Aeroporto e seus entornos será privatizada.

Pessoal concessão é a mesma coisa que privatização.
Não nos enrolem, por favor.