8 de agosto de 2011

Carta Aberta - O metrô está por parar!

Há muito tempo o Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul (Sindimetrô/RS) vem alertando os representantes da sociedade gaúcha sobre os diversos problemas enfrentados não só pela categoria metroviária, mas também pelos usuários que – a cada dia – observam uma queda brusca na qualidade da prestação dos serviços do metrô.

Hoje, o fato é que a manutenção da Trensurb está deixando a desejar. E isso não é responsabilidade dos funcionários que sempre cumpriram com suas funções de forma satisfatória; mas sim de uma política de terceirização do setor e sucateamento das ferramentas de trabalho, além da demissão de forma sumária e sem justificativa. Profissionais que há mais de 20 anos atuam na manutenção do sistema metroviário afirmam que existe o perigo iminente de um grande acidente na Trensurb pela precária manutenção ao longo da via, na rede aérea e até mesmo pelo uso contínuo e ostensivo de trens ultrapassados. Não é preciso ser especialista para verificar os solavancos do trem em deslocamento, especialmente entre as estações São Pedro e Farrapos. Isso pode acarretar em descarrilamento dos veículos de manutenção e, mais grave ainda, do trem durante a operação comercial onde cerca de 1000 pessoas poderão estar viajando neste momento.

A Trensurb, através de uma “intrigante” rede de relacionamentos políticos e pesado investimento em publicidade, vem iludindo a todos com uma idéia de “qualidade” e expansão de seus serviços/produtos. Pesquisas de satisfação lançadas pela empresa, onde mais de 90% dos usuários demonstra aprovação do serviço, contradizem as reclamações diárias feitas aos profissionais que atendem ao público nas estações.

Também não há como deixar de observar o fato de que o planejamento das obras de expansão do metrô até o município de Novo Hamburgo foi mal feito: aumenta a quilometragem da via permanente, mas o número de trens e funcionários para o atendimento ao cidadão está em contínuo decréscimo. Ao invés de renovar a frota e adquirir novos trens, a empresa retira os assentos das composições para caber mais gente (tratada como gado nos horários de pico); o remanejamento de horário e fluxo em períodos de pico para tentar estancar a falta de carros. Demonstrando que a Trensurb não se importa com as pessoas, mas sim com o seu lucro e com o montante de votos que as “obras” frutificarão nas próximas eleições. Na verdade, o retrocesso é maior do que os benefícios, tanto na relação empresa/empregado quanto empresa/usuário. É importante que os administradores públicos, que há mais de oito anos dirigem a empresa, aprendam que não há como fugir dos fatos e muito menos de suas consequências.

Outro fato que tira o sono dos trabalhadores são os constantes assaltos às estações. Em julho de 2011, os assaltantes invadiram três estações diferentes durante três dias seguidos, mostrando que a criminalidade é muito mais organizada e forte do que qualquer sistema de segurança já pensado e não executado pela empresa até o momento. O metroviário teme não só pela sua vida, mas pela das pessoas de bem que utilizam o sistema e que nada tem a haver com o desleixo da administração pública que, aliás, deveria proteger o cidadão.

E não pense que “os fatos” são apenas esses. Assédio moral, fadiga, falta de efetivo, de segurança, escalas mal planejadas... Há muita coisa a ser combatida na Trensurb. Visto isso, o Sindimetrô conclama toda a população gaúcha (legisladores, imprensa, formadores de opinião, trabalhadores, estudantes...) a se informarem melhor sobre o que se passa na Trensurb e o porquê de tantos planos mal traçados.

POR TUDO ISSO, O METRÔ ESTÁ POR PARAR!

Nenhum comentário: