4 de agosto de 2011

Denúncia atinge o Ministério das Cidades

Novas denúncias de corrupção voltaram a agitar a base aliada do governo no último fim de semana. Segundo reportagem da revista Isto É, no ano eleitoral de 2010, o Ministério das Cidades liberou pagamentos irregulares em favor de três grandes empreiteiras que doaram mais de R$ 15 milhões ao Partido Progressista (PP), que comanda a pasta. Em entrevista à revista Veja, Oscar Jucá Neto (irmão do líder do governo no Senado), Romero Jucá (PMDB-RR), denunciou aparelhamento idêntico no Ministério da Agricultura em favor do PMDB e do PTB.

No caso do Ministério das Cidades, o PP teria aparelhado a pasta nos moldes do que fez o PR na área dos Transportes, onde a presidenta Dilma realiza uma faxina que já causou a demissão de 20 membros do alto escalão, entre os quais o ex-ministro Alfredo Nascimento e o goiano Juquinha das Neves, que era presidente da Valec.

Sob o comando do ministro Mário Negromonte, o Ministério das Cidades teria desrespeitado proibições do Tribunal de Contas da União (TCU) e pagou obras superfaturadas. As três empreiteiras abocanharam no ano cerca de R$ 2,7 bilhões, mais de um terço dos gastos da pasta. Os ministros Wagner Rossi (Agricultura) e Mário Negromonte (Cidades) negaram com veemência as acusações, mas a nova onda de denúncias, muitas delas nascidas de fogo amigo, preocupa o Palácio do Planalto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já age nos bastidores para apagar os incêndios nos partidos aliados e recompor a frágil base de sustentação política do governo.

As empreiteiras suspeitas de pagar pedágio ao PP em troca de obras superfaturadas são a Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, que declararam à Justiça Eleitoral doações de R$ 7,5 milhões ao partido. Outros R$ 8,3 milhões foram registrados como doação oculta. O partido e o Ministério informaram que as contribuições, tanto a oculta como a declarada - são absolutamente legais e registradas oficialmente.

Enquanto a lama escorre, o trabalhador honesto espera

As denúncias de corrupção vem de todos os lados. Dia após dia a administração pública do Brasil é questionada quanto a lisura de seus projetos e ações. É uma vergonha o que acontece no nosso país. A sede por poder, dinheiro, visibilidade corrompe aqueles que não deveriam se deixar corromper de forma alguma. O povo oferece aos administradores públicos uma estrutura luxuosa (altos salários, viagens, cursos, carros com motorista, casa, bons ambientes de trabalho...) para executar suas funções e, mesmo assim, conseguem por os pés pelas mãos e prejudicam o progresso da nação.

Aqui na Trensurb, empresa incluída nas responsabilidades do Ministério das Cidades, chama a atenção o desleixo com os trabalhadores e o constante ataque ao patrimônio público pela falta de investimentos em manutenção, pela terceirização, demissão... Estamos a quatro meses lutando para fechar o nosso Acordo Coletivo e o que se observa é uma série de denúncias e de medidas para amenizar a crise em instâncias maiores. Enquanto isso, o trabalhador e a prestação de serviços fica em segundo plano. Lamentável!

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