18 de agosto de 2011

Metroviários voltam ao trabalho

Através de Assembleia Geral Extraordinária realizada às 14h de hoje, a categoria metroviária resolveu acabar com o movimento de greve que vinha ocorrendo desde a meia-noite desta quinta-feira. Uma nova proposta foi  apresentada pela Trensurb e, segundo os metroviários, veio de encontro as pretensões do coletivo.

Segundo dirigentes sindicais, os trens retornam a trafegar normalmente entre 17h e 17h30min.

SÍNTESE DAS PRINCIPAIS CLÁUSULAS DO ACT

A) A concedeu reajuste de 6,3% com impacto sobre todas as cláusulas econômicas, com exceção do vale-alimentação.

B) Reajuste de 10% no vale-alimentação.

C) Manutenção das atuais escalas de trabalho e a concordância entre as partes da implantação de uma nova escala fixa (4x2x6x4 - quatro dias trabalhados, duas folgas, seis dias trabalhados, quatro folgas) para quem optar por ela.

D) 1.400 horas mensais para liberação sindical;

E) Adicional de trinta reais quando o Assistente Operacional de Estações assumir a estação;

F) Criação de uma Comissão Paritária para estudos do Plano de Saúde.


SINDICATO FOI MULTADO, MAS VAI RECORRER

R$ 30.000,00 (trinta mil reais) é o valor que o Sindimetrô/RS foi multado pelo Ministério Público do Trabalho por supostamente não ter colocado a disposição dos usuários efetivo mínimo de funcionamento em horários de pico.

O Sindimetrô vai recorrer da decisão judicial, pois não foi possível formar um efetivo mínimo de 92 funcionários necessários para manter a operação.


SINDICATO É SOLIDÁRIO A POPULAÇÃO

Greve é um movimento em que muitas pessoas são prejudicadas, mas ainda assim é a maior e melhor ferramenta de pressão que os trabalhadores tem em suas mãos. O Sindimetrô tentou manter todas as formas de diálogo com a Trensurb. Entregamos nossa Pauta de Reivindicações no dia 15 de março do ano corrente e, desde então, mantivemos contato direto com os gestores da empresa, mas não vínhamos obtendo sucesso. Somente agora - com a paralisação - é que fomos ouvidos pela empresa.

Em nenhum momento os metroviários desejavam paralisar as operações do metrô. Sabemos do imenso transtorno que é a falta do transporte público para os estudantes, trabalhadores, idosos...; milhares de pessoas que diariamente precisam sair de casa para cumprir seus compromissos. Somos solidários com a revolta do povo que, aliás, é a mesma que permeia nossos corações, mas alguma atitude deveria ser tomada para que pudéssemos ser atendidos em nossas reivindicações.

Infelizmente, na maior parte das vezes, nossos usuários e a opinião pública - um seleto grupo formado por pessoas dignas - não se mostram preocupados para com as condições que o serviço está sendo executado no metrô. Há uma cultura de que "se está funcionando, está bom", mas não é dessa maneira que as coisas devem ser encaradas.

A luta do Sindimetrô não resume-se a uma questão financeira de um determinado grupo de trabalhadores, mas sim o combate a uma série de medidas erradas que a Trensurb vem adotando para destruir a cultura metroviária no estado. A empresa que deveria investir em estudos, em aprimoramento técnico, em manutenção e, quem sabe, até fabricação de trens no estado é a Trensurb; mas nada disso é feito. Muito pelo contrário, as demissões de metroviários e o esvaziamento de setores fundamentais da empresa fazem com que ser metroviário e entender das funções metroviárias perca-se.

Hoje tivemos uma grande vitória graças a força da categoria que soube, mais uma vez, fazer história!

Um comentário:

Kanon disse...

Vocês não voltaram por vontade própria, voltaram por serem obrigados, do contrário a multa seria muito mais pesada, não achem que todos são bobos e desinformados. =) E é estranho, o aceite de vocês "aceitarem" o que a Trensurb ofereceu, só diz respeito à fins pessoais monetários...cade toda aquela indiguinação de "o trem é velho" e "tem que comprar mais trens"? Era só lorota...pode falar ai, ninguém é trouxa não. =)